Fórum Meio Ambiente e Indústria

DUAS OPINIÕES

Fórum Meio Ambiente e Indústria

O Iº Fórum Meio Ambiente e Indústria - Novos Enfoques Jurídicos e Econômicos, aconteceu nos dias 13 e 14 de junho, no hotel Le Meridién, em Copacabana, com o patrocínio das empresas Tribel – Tratamento de Resíduos Industriais Belford Roxo e FCC – Fábrica Carioca de Catalisadores. O objetivo do evento foi reunir profissionais da área industrial, jurídica, ambiental e afins, para trocar informações e discutir os rumos do meio ambiente em direção ao desenvolvimento sustentável, além de ajustamentos na legislação ambiental e investimentos das indústrias nas causas ambientais.

Uma OPINIÃO: Drº Miguel Sphor, presidente da Tribel
(Tratamento de Resíduos Industriais)

O Dr. Miguel Sphor recebeu o título de Cidadão de Caravelas, cidade com importância histórica e cultural localizada no extremo sul da Bahia, que comemorou em 23 de abril 147 anos de emancipação e quase 499 de sua fundação, sendo um dos berços do descobrimento do Brasil. O
vereador Elias da Barra (PSDC) foi o responsável pela indicação do Dr. Miguel ao título.

JMA - Para a Tribel qual a importância em estar patrocinando um evento como este?
MS: É importante o relacionamento entre empresas, órgãos ambientais, juízes, promotores e sociedade civil (através de ONG’s), no sentido de criar uma interligação entre todos os interessados nas questões ambientais. Até porque existe uma convergência entre as partes, cada
um avalia os problemas por uma determinada nuance mas todos visam os mesmos objetivos: qualidade de vida para as futuras gerações e sustentabilidade.

JMA - Como é a estrutura da Tribel?
MS: A indústria localiza-se num complexo industrial em Belford Roxo, onde contamos com o único Aterro para Classe I (perigosos) do Rio de Janeiro, um Incinerador rotativo e uma
Unidade de Tratamento de Efluentes Industriais. Além de um laboratório no qual são realizados
ensaios ecotoxológicos e microbiológicos e análises dos resíduos e efluentes.

JMA - Quantos hectares a Tribel tem disponível para aterro industrial?
MS: O aterro para resíduos industriais de Classe I (perigosos) ocupa uma área de 25 hectares
sendo que apenas 4 hectares foram utilizados até o momento. Nós adotamos o sistema de células para armazenamento dos resíduos para o maior aproveitamento da área. Optamos por armazenar somente resíduos inorgânicos, como metais pesados, para evitar a contaminação do lençol freático.

JMA - A empresa tem feito algum trabalho juntos as comunidades próximas à Tribel?
MS: Há 3 meses a Tribel está desenvolvendo um trabalho para que a comunidade entenda melhor a empresa e a importância do Meio Ambiente na vida de cada um. Através de uma ONG
pretendemos formar agentes ambientais para trabalharem com educação ambiental dentro
das comunidades. Além disso, as instalações da indústria estão abertas a visitação de escolas,
universidades, pessoas da comunidade e nossos clientes, para isso basta telefonar e agendar a visita.

Outra Opinião: Abílio Faia – Coordenador de Meio Ambiente, Saúde e
Segurança da FCC (Fábrica Carioca de Catalisadores)

JMA - Porque a Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC) está patrocinando o Iº Fórum do
Meio Ambiente e Indústria?
AF: Para ampliar as discussões das variáveis ambientais como os crimes e problemáticas
ambientais. Além de saber como atuam as promotorias e entidades na busca por soluções
ambientais e econômicas mais eficientes. Ajustar a legislação ambiental e buscar um modo de conscientizar e sensibilizar as pessoas por essa causa.

JMA: A FCC desenvolve algum trabalho junto as comunidades?
AF: Sim. Patrocinamos a reciclagem de PET na Mangueira. Além disso criamos um horto florestal dentro da fábrica visando a revitalização do passivo produzido pela empresa. Desse horto retiramos mudas de cocos que doamos para a comunidade para o reflorestamento da área em torno do pólo industrial, mudas estas escolhidas pelos agricultores da região, o que ajuda inclusive na economia local. E também o incentivo para que a comunidade utilize adubo orgânico que é fornecido pela empresa através do reaproveitamento dos resíduos orgânicos.

JMA: Durante o Fórum foi mencionada a criação dos Ecopólos no Rio de Janeiro, a FCC apóia esta idéia?
AF: Não só apóia como já está instalada num local propício a esse tipo e programa. Na área industrial de Santa Cruz estão instaladas 14 empresas, entre elas a FCC, que já estão implantando o programa de Ecopólo. Por enquanto estamos na fase inicial do projeto, definindo os parâmetros e compromissos de cada empresa para assinarmos o termo de compromisso ambiental junto a FEEMA. Mas a FCC já está fazendo sua parte, no lugar de jogar fora os catalisadores que são inutilizados depois que passa o seu período de vida útil na Petrobras, a empresa tem repassado esse resíduo para uma empresa que fabrica tijolos e telhas, sem perdas.
Para nós o conceito de Ecopólo já está dando certo.

JMA:Há quanto tempo a FCC está no mercado?
AF:Desde 1990 atuando principalmente na área petrolífera. Produzimos catalisadores que são utilizados no refino de petróleo, nossos clientes estão na Argentina, Chile, Colômbia, Cuba e Peru, além é claro do Brasil com Petrobras e Ipiranga (RS).


Entrevista originalmente publicada no Jornal do Meio Ambiente - Edição: Julho de 2002.

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