Clean up the World 2005

Conferência define ações para a edição 2005
do Clean Up the World no Rio de Janeiro

A III Conferência Dia Mundial de Limpeza do Litoral / Clean Up The World 2005, aconteceu no dia 06 de maio, no JW Marriott Hotel, no Rio de Janeiro. Esta conferência teve por objetivo apresentar a logística e estrutura da campanha de 2005, que acontece em setembro, e que já conta com a participação de mais de 140 países. Estiveram presentes no evento representantes do governo do estado, Feema, Prefeitura do Rio, IBAMA e Mauricio Groke, diretor comercial da Antilhas.
O Clean Up The World é uma iniciativa da Clean Up Ausrália, entidade sem fins lucrativos fundada em 1989 por Ian Kiernan e este evento visa melhorar as condições ambientais do planeta.
Durante a conferência a rede Marriott de hotéis anunciou que quer expandir e apoiar o Projeto Limpeza na Praia no Sauípe e em São Paulo. Além disso, a National Geographic mais uma vez irá apoiar a campanha, convidando os voluntários a participarem do Clean up Day através de anúncios em sua programação.
Outra novidade para a edição 2005 Clean Up Day será a limpeza das lagoas Rodrigo de Freitas e Marapendi. Mas o grande desafio, segundo a coordenadora, é que a edição de 2006 aconteça no Brasil inteiro, já que muitas pessoas procuram a coordenação do projeto para saber como fazer esta campanha em sua cidade.
O Projeto Limpeza na Praia já conquistou muitos voluntários e parceiros, entre eles a Antilhas, empresa de embalagens de São Paulo que cede os sacos plásticos biodegradáveis para o dia da campanha, estes plásticos se decompõe em até 90 dias.
- No dia do evento sempre alertamos os voluntários para o cuidado de usarem luvas, tênis e atentarem para o micro-lixo que é um dos principais problemas na praia hoje. Na praia do arpoador, no ano passado, foram encontradas inclusive seringas e agulhas – diz Anna Turano.
No Rio de Janeiro, o Instituto Aqualung apóia, desde 2001, a ação de limpeza de praias de Niterói, que acontece uma vez por ano no Dia Mundial de Limpeza do Litoral, mas a partir do ano passado o Instituto participou ativamente da primeira iniciativa de limpeza da Praia de Copacabana. A partir daí o Instituto acolheu o Projeto Limpeza Na Praia, sob coordenação de Anna Turano e Hildon Carrapito, que definiram quatro datas para ações de limpezas na praia: o EcoNatal, o Bloco da Limpeza (carnaval), Limpando e Reciclando – que terá sua primeira edição no dia 04 de junho) e o Clean Up Day (Setembro), este acontece em mais de 140 países.
O Instituto Ecológico Aqualung é uma entidade sem fins lucrativos, criado em 1994 com o objetivo de atuar na área de preservação e educação ambiental. O IEA apóia diversas entidades e organizações ecológicas, edita publicações sobre a natureza, o meio ambiente e a fauna marinha, e participa de campanhas de conscientização da importância de se preservar o planeta. Com mais de 10.000 associados, o IEA já apoiou os principais projetos ecológicos brasileiros, como o Projeto TAMAR, a Fundação Ondazul, o Projeto Cetáceos, o Projeto Peixe-boi, o Projeto Baleia Jubarte, o Projeto Mamirauá e os Projetos Costeiros NEMA.

Um dos projetos gerenciados pelo Instituto Ecológico Aqualung, atualmente, é o Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA), criado em novembro de 2004. O principal objetivo do projeto é desenvolver ferramentas e mecanismos para a preservação das espécies de Tubarões no Litoral Brasileiro.

No Brasil existem 87 espécies, dentre elas 35 já constam de algumas das listas de espécies ameaçadas de extinção e a maior causa disso é a pesca predatória. Essa pesca tem como objetivo vender as barbatanas dos tubarões para os chineses que tomam uma sopa feita dessas barbatanas, porém o resultado disso é a pesca de mais de 50 a 100 milhões de tubarões por ano ao redor do mundo.

- Como a carne ocupa muito espaço para o transporte e a barbatana é o mais valioso, eles têm praticado o finning, eles tiram barbatanas e devolvem os tubarões ao mar onde eles morrem aos poucos – diz Patrícia Spina – bióloga marinha e coordenadora do Protuba.

Estão com um projeto piloto no Rio de Janeiro, fazendo um levantamento sobre a pesca, entrevistando os pescadores nos pontos de desembarque para saber quais as espécies que são mais pescadas, em que quantidade. O resultado desta primeira fase sairá no segundo semestre e a partir daí a pesquisa será feita no Brasil inteiro.

- A partir dessa pesquisa pretendemos trabalhar com educação ambiental nas escolas e com os pescadores nas associações – diz a coordenadora.

No início de maio mais de 300 tubarões foram capturados na região dos lagos do Rio de Janeiro e a população foi alertada para o perigo de ataque de tubarões em Búzios, porém a bióloga marinha esclarece que os tubarões abatidos eram da espécie Galhas-pretas (Carcharhinus brevipinna), que não são agressivas e não apresentam perigos de ataques.

Nessa captura, os pescadores utilizaram a rede de cerco porque viram que era uma quantidade muito grande de tubarões.

- Os pescadores pescam os tubarões por causa da alto valor de mercado, cada quilo chega a valer R$250, enquanto a carne chega ao preço de R$2,50 – diz a bióloga.

O que eles pretendem é orientar os pescadores para a prática da pesca sustentável, utilizarem a barbatana e a carne. Segundo a Patrícia Spina, cerca de 90% dos pescadores que foram entrevistados detectaram a diminuição do rendimento da pesca, sendo que a maioria deles pesca na região há mais de 15 anos.

- Nós estamos tentando criar junto ao IBAMA uma portaria para que a pesca seja suspensa por um tempo para que possamos conhecer as espécies da região – diz ela.

Linha direta: http://www.institutoaqualung.com.br



Matéria originalmente publicada no Jornal do Meio Ambiente - Edição: Maio/2005.

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